Almourol Lado “B”
Cá por casa o 13 de Junho é o tal dia do ano que estou por
minha conta. A mulher está no trabalho, o miúdo está no colégio e eu... tenho o
dia todo para passear de mota.
Este ano das alternativas que tinha escolhi repetir um dos
meus destinos anteriores mas, com uma variante para não ser tudo igual. O Destino era
Almourol e desta vez o percurso seria feito pela margem sul do Tejo.
Assim, no dia 13 de Junho de 2013, fiz-me à estrada por
volta das nove da manhã com o seguinte itinerário:
Com inicio em Corroios/Seixal, apanhei a N10 até Coina e
depois o IC32 até Alcochete. Em Alcochete apanhei a N118 até Constância Sul,
passando por: Porto Alto, Samora Correia, Benavente, Salvaterra de Magos,
Marinhais, Muge; Benfica do Ribatejo, Almeirim, Alpiarça, Vale de Cavalos,
Chamusca, Pinheiro Grande, Carregueira e Arripiado. Depois, apanhei a N3
passando por Tancos e Vila Nova da Barquinha. A partir daqui apanhei o IC3 e a
N365 que me levaram até à Golegã e depois a N243 até à Chamusca. Aqui apanhei
novamente a N118 de volta a casa passando pelos mesmos sítios da ida.
A N118 de Alcochete até Almeirim foi feita com muita
atenção. Apesar do piso não ser mau, a estrada é estreita, tem bermas muito
estreitas e há muito transito de pesados. Dentro das localidades circulamos
sempre com atenção redobrada. A Partir de Almeirim o transito diminui
consideravelmente e a partir da chamusca torna-se quase inexistente. É a partir
daqui que se começa a tirar partido do passeio.
Tinha decidido fazer poucas paragens até à Chamusca mas, fui
descobrindo uns cantinhos muito engraçados pelo caminho e fui parando. O
primeiro foi à saída de Benavente. Encontrei um pequeno parque junto ao rio com
muito bom aspecto e óptimo para beber um gole de água e aliviar o stress do
transito.
Almeirim, era aqui a minha paragem programada e assim foi.
Parei junto à praça de toiros e foi difícil resistir à tentação de comer uma
sopinha da pedra. Mas se tivesse cedido à tentação, o passeio tinha ficado por
aqui.
Á entrada em Alpiarça, descobri outra pequena surpresa. Existe um parque com uma barragem e uma paisagem muito bonita pelo que, era obrigatório parar. Deixei um casal de gansos a guardar a mota mas, levei a chave comigo não fossem eles... hehehehe... curiosamente nesta localidade existem muitas referências à família Relvas, nomeadamente a José Relvas que foi Ministro das Finanças no Governo Provisório da República entre 1910 e 1911, tendo sido ele que instaurou o escudo em Portugal, foi embaixador de Portugal em Madrid e ainda na política, destacou-se como Chefe de Governo e Ministro do Interior (1919). Ele aqui dá nome a ruas e escolas e a Quinta dos Patudos que foi sua residência até 1928, foi legada por si ( a Casa, a colecção de arte, a biblioteca e o arquivo), ao Município de Alpiarça, impondo que a residência fosse conservada como museu e mantivesse a designação de Casa dos Patudos. Já o elemento da família que nós conhecemos é mais conhecido por outras razões..
A partir de Alpiarça o transito reduz consideravelmente e a
estrada até melhora, pelo que aqui começamos a andar mesmo em ritmo de passeio
mas, passando a Chamusca, a estrada é praticamente só para nós.
A próxima paragem foi o Arripiado. Pequena localidade junto
ao Tejo (na margem sul) . Aqui impôs-se a paragem para almoçar no parque das
merendas que existe mesmo à beira do rio, tendo Tancos na margem oposta. O
Jardim, o parque de merendas e o cais de embarque devem ser visitados. Tudo
muito bem tratado e a vista sobre o rio é fenomenal. Um facto curioso...
percorri a vila duas vezes e só encontrei um velhote a dormitar, debaixo de um
salgueiro junto ao cais de embarque.
Saí do Arripiado para visitar o miradouro sobre o Castelo de
Almourol (a verdadeira vedeta do passeio). Encontrei o desvio 1 Km depois do
Arripiado e bem sinalizado e quando lá cheguei fiquei deslumbrado com a vista.
Até me faltou o ar... se por ali passarem, não deixem de perder uns minutos
porque vale bem a pena.
Segui depois até Constância Sul, onde apanhei a N3 junto a
fábrica de celulose do Caima e atravessei o Tejo pela ponte que aí existe. Tive
muita pena de não ter uma “GoPro” pois a travessia desta ponte merecia ficar
registada. Quer pela paisagem que pela travessia única que proporcionou.
Infelizmente, nem uma foto consegui tirar por causa do transito algo intenso
que se fazia sentir na travessia.
Próximo destino... Tancos! Passei pelo Regimento de Tropas
Para-quedistas, pela BA3 e pela Escola de Engenharia. Tudo deserto! Tudo
deserto, não se via vivalma... é este o estado a que o interior do país foi
sujeito. Poucos quilómetros depois... Tancos. Parei junto ao
restaurante Almourol. Aqui é um local onde podemos tirar proveito da vista
sobre o Tejo e sobre o Arripiado na margem oposta.
A estrada entre Tancos e Vila Nova da Barquinha é muito
familiar e à medida que a percorria foi despertando em mim lembranças da minha
infância. Parei no Parque Almourol em Vila Nova da Barquinha para descansar e
beber um café numa esplanada junto ao parque.
O destino seguinte era a Golegã e também esta estrada foi feita ao ritmo
das recordações da infância.
Que a Golegã é terra de cavalos, já toda a gente sabe! Mas
quem lá passa nota isso nas mais pequenas coisas. Desde o cheiro a cavalo que
se sente desde que entramos até sair, até à sinalética existente (paragens de
autocarros, placas de ruas, etc) na própria vila, que não nos deixa esquecer
que estamos na capital do cavalo. Curiosamente fiquei perdido na vila pois, não
havia nenhuma placa que me indicasse o caminho para fora daquela terra ... Só quando consegui voltar à entrada da vila é
que consegui seguir o caminho desejado, a N243 em direcção à Chamusca.
Feita a N243 e a travessia do Tejo pela ponte da Chamusca,
foi a volta a casa. Desta vez já não em ritmo de passeio... já estava tudo visto
e o cansaço começava a fazer-se sentir.
Cheguei a Corroios por volta das 16:00 com pouco mais de 300
km feitos e a alma lavada.
Divirtam-se e bons passeios