sábado, 8 de outubro de 2011

A caminho do sul...

Passeio pelo sul

Desde que o miúdo nasceu que as oportunidades para grandes passeios desapareceram, mas no dia 13 de Junho de 2011 prespectivava-se uma boa oportunidade. Com a mulher no trabalho e o pequenote no colégio, era um feriado excelente para passear de mota.

Depois da "aprovação" da patroa...hehehehe...publicitei o evento no www.cbfportugal.com e consegui dois companheiros de viagem. O César (CDores) e o Luís Vilela (Papagaio73). Foi 5*****!!! Encontramos-nos nas bombas da A2 em Palmela e rumamos a Setúbal. Daí, apanhamos o Ferrie para Tróia, depois fomos até Vila Nova de Mil Fontes passando por Comporta, Pinheiro da Cruz, Melides, Santo André, Sines, São Torpes, Porto Covo. Na volta fomos direitos ao Cercal e fizemos as aquelas curvas maravilhosas até Santiago do Cacém que nos foram aconselhadas pelo Barbas. Seguimos depois direitos a Grândola para atestar e fazer o caminho para casa via A2. O passeio foi um sucesso como comprovam as fotos seguintes:

Setúbal. Entrada para o Ferrie.
Paragem na Comporta para um cafézinho.

Lagoa de Santo André.

São Torpes

Porto Covo


Alguns souvenires algo invulgares... :-)
Vila Nova de Mil Fontes



Santiago do Cacém


Grândola (ultima paragem antes do regresso).

Depois, foi o regresso a casa esperando já pelo próximo passeio embora, ainda sem data nem destino.

Divirtam-se

P.S. Algumas das fotos deste post são da autoria do Luís Vilela. Espero que ele não se importe de eu as ter usado.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

És mais uma estrela que brilha no céu a olhar para nós!

Más Noticias

Quarta-feira, dia 20 de Julho de 2011, chego ao trabalho cedinho e como é habito e rotina, verifico os e-mails, faço relatório do dia anterior e por ultimo e antes de me lançar a mais um dia de trabalho, vou ver as noticias ao Fórum CBF (www.CBFportugal.com).

Fiquei estarrecido...titulo da mensagem "Maluquis partiu para outra viagem". Cliquei no tópico com a esperança de que fosse apenas isso mesmo, uma grande viagem antecipadamente programada. Mas não...o que li foi exatamente isto: 
"O Miguel Barral mais conhecido no fórum por "Maluquis", acompanhou este forum por muito tempo e muitos dos daqui o conheciam e sabiam as suas façanhas e sempre boa disposição. O Miguel teve um acidente fatal esta manhã na 2ª Circular em Lisboa. Não me interessa como foi nem quem teve a culpa, neste momento sinto-me muito mal.... mesmo muito mal e nem queiram saber a dificuldade que estou a ter em escrever estas linhas. Eu conhecia o Miguel muito bem e ROLEI muito com ele por isso só me vou lembrar destes pequenos pormenores (ao pé dele era impossível não estarmos alegres)."

Não conhecia o "Maluquis" pessoalmente mas como acontece com tantas outras pessoas que frequentam este fórum, acabamos sempre por criar alguma afinidade. Afinal, partilhamos a mesma paixão pelas 2 rodas. Por isso mesmo senti-me como se tivesse levado um soco no estômago. Passei o dia a pensar no assunto. Pensei e repensei a minha paixão pelas motas. Pensei no "Maluquis", e como ainda à pouco tempo lia a cronica da viagem ao Douro Vinhateiro. Passei o dia com um gosto amargo na boca e quando regressei a casa, no meio do transito infernal da 25 de Abril, vinha-me constantemente ao pensamento o seu acidente e como estupidamente foi ceifada a sua vida. Fiz uma viagem muito mais atenta, não sei se por cautela ou receio despoletado pela triste noticia.

Não consigo expressar mais o que sinto...apenas quero dar os meus mais sinceros sentimentos à família fazendo minhas as palavras do "Sealion":

"Miguel neste momento és mais uma estrela que brilha no céu a olhar para nós"

terça-feira, 5 de abril de 2011

Estou preocupado!

Começo a ficar preocupado com esta onda de acidentes que tem atingido alguns motociclistas conhecidos. Preocupado porque, também eu ando de mota em Lisboa e tenho visto verdadeiros criminosos ao volante. Por sorte tenho escapado mas, até quando?

Não consigo perceber esta falta de civismo que aumenta a olhos vistos. Será a conduzir que se descarregam as frustrações familiares e profissionais? Parece que sim!!! Cada vez mais as pessoas usam o carro como forma de "afirmação pessoal". Quando não há tomates para se afirmarem em casa ou no trabalho, agarram no carro, vão para a estrada e tornam-se em autênticos assassinos de sangue frio com uma impunidade quase total. Atropela-se alguém na passadeira, abalroa-se alguém que parou num sinal, não se para no "Stop" e a justificação... "olhe...nem o vi!!!" ou então "...apareceu-me assim de repente à frente". Enfim, as justificações são do mais disparatado que há e revelam um total desrespeito e uma total despreocupação pela integridade física da pessoa com quem tiveram o acidente.

O transito neste país está a ser transformado numa autentica selva onde cada um olha por si, e ás autoridades falta-lhes alguma capacidade de intervir. Choca-me que certas pessoas não consigam entender, que um automóvel se pode transformar numa autentica arma, quando mal utilizado ou não cumprindo integralmente as regras de transito. Choca-me que alguém só por birrinha coloque em risco a vida de outro ser humano. Eu como motociclista sinto esta vulnerabilidade que constantemente me acompanha sempre que me monto na mota. 

Os motociclistas tem naturalmente mais facilidade em vencer os obstáculos do transito e isso muitas vezes não é bem visto por alguns automobilistas que desesperam nas filas. Mas também não é razão para lhes dificultar a passagem pondo em risco a sua integridade física. Não me interpretem mal! Os motociclistas não são Santos e também sofrem deste mal mas, este mal nos motociclistas tem a tendência para os atirar para situações desagradáveis para a saúde, daí também não se manifestar da mesma forma nem com a mesma intensidade.

O que poderá ser feito para mudar esta mentalidade, para criarmos uma consciência cívica e ser melhores cidadãos? Estou consciente que não se pode mudar estes comportamentos só com leis proibitivas e penalizadoras. Estes comportamentos estão de tal forma enraizados que não resultaria. Observando o que se faz lá fora, devemos sim, atuar na prevenção e numa melhor formação cívica, logo desde tenra idade em casa e nas escolas. Mas estamos em Portugal, e até hoje não vi gastar um cêntimo que fosse neste tipo de coisas. Lembro-me de umas campanhas  de prevenção rodoviária à uns anos atrás mas,  foi sol de pouca dura. Resta-nos a nós Automobilistas, motociclistas e peões mudarmos a nossa atitude no transito e termos esperanças de que um dia, haja mais civismo nas nossas estradas e que estas sejam mais seguras para todos.

Divirtam-se

segunda-feira, 28 de março de 2011

Até que enfim...

Esta pequena historia nada tem a ver com motas mas, dada a sua invulgaridade tenho que publica-la.

Quando em Agosto de 2006 decidi trocar de carro nunca iria imaginar a salganhada que isso ia dar.

Em Agosto de 2006 decidi trocar de carro. Não que o Ford Fiesta 1.2 estivesse nas ultimas mas, já tinha uns aninhos e ainda valia alguma coisita em troca. Depois de ver no mercado um conjunto de veículos que cumprissem os meus requisitos, decidi-me pelo Mitsubishi Colt CZ3 (hoje com quase 5 anos, devo dizer que é  um carro 5 *****). A minha aventura teve inicio no dia em que levei o Fiesta para entregar e trouxe o Mitsubishi. Pois, não é que o raio do Fiesta esteve em meu nome durante quase 5 anos, sem que conseguisse alterar esta situação.

Na altura ainda não vigorava o Atual IUC (Imposto Único de Circulação) e era prática corrente os comerciantes de veículos só alterarem o registo do mesmo quando da venda. Ou seja, entreguei o carro, O documento da empresa de credito para levantar a reserva de propriedade, assinei a declaração de compra e venda e o concessionário da Mitsubishi deu-me uma declaração em como tinha recebido o carro como entrada do pagamento e que daí eu ficaria livre de qualquer responsabilidade pelo mesmo, bem como de qualquer ónus ou encargo.

Correu tudo bem até ao ano de 2008. Ano em que entrou em vigor o novo IUC. Em resultado disto as finanças passaram a exigir-me o pagamento do IUC e eu (tótó) acabei por paga-lo nesse ano. Não sabia onde andava o carro, nem como havia de regularizar a situação. No concessionário onde entreguei o carro ninguém me soube dizer nada e nas finanças muito menos (foram uns queridos, principalmente o concessionário da Mitsubishi que se descartou de qualquer responsabilidade). No ano seguinte fui informar-me e descobri que havia uma forma de mandar apreender administrativamente a matricula do veiculo. Bastava ir ao site www.automovelonline.pt do Instituto de Registos e Notariado e preencher o formulário para apreensão administrativa de matricula.

Passado 8 meses o veiculo ainda estava em meu nome. Quase arranquei os cabelos mas, não paguei o IUC. Dirigi-me então ao ACP e pedi ajuda para a resolução do problema. Primeiro, descobriram que o carro ainda tinha a reserva de propriedade e para fazer o que quer que fosse esta tinha que ser levantada. Para isso fui á Ford, pedir 2ª via da declaração que me haviam passado e fui também pedir 2ª via do Documento Único Automóvel. Só para a Ford desembolsei 50 Euros (sim, foi o que aqueles fdp cobraram por me imprimir um papel), mais 63 para a segunda via de documentos e outro tanto para o levantamento da reserva de propriedade e mais não sei quanto para os serviços do ACP. Enfim mais de 200 euros para tratar desta treta toda (isto para quem tinha ficado livre de ónus e encargos). Só depois disto tratado pude pedir nova apreensão administrativa de matricula.

Em 2010 depois de ter recebido e contestado uma multa do Fiesta, fui as finanças verificar novamente os registos de propriedade e o raio do carro continuava em meu nome. Passei-me...só me apetecia partir qualquer merda que apanhasse pela frente. Depois de acalmar liguei ao IMTT. Estes senhores disseram-me que a matricula estava ativa e que não tinham conhecimento de nenhum pedido de apreensão para o veiculo e mais... que não tinham nada a ver com o tal site do Instituto de Registos e Notariado. Fiquei de boca aberta...quis manda-los á merda e nem isso consegui. Então os senhores não têm nada a ver com isso???? Devem estar a brincar comigo! Só pode...
Voltei ao ACP e desta vez fizeram o pedido de apreensão diretamente no IMTT. Agora sim, disse eu. Fiquei plenamente convencido que tinha sido desta desta.

No mês passado recebi outra multa...liguei ao IMTT e disseram-me que atualmente eu tinha que renovar o pedido de apreensão administrativa do veiculo de 6 em 6 meses até que o veiculo mudasse de proprietário (antes se ao fim de 6 meses o veiculo não mudasse de propriedade era automaticamente cancelada a sua matricula). Aqui confesso... entrei em desespero. Disse a mim mesmo que se encontrasse o raio do carro a circular que o ia seguir e lhe deitava fogo quando não estivesse ninguém por perto. Cheguei a ir a uma esquadra da PSP perguntar o que mais poderia fazer. A resposta foi "Você está metido num valete molho de bróculos". Incrédulo, ainda questionei o agente com o facto do atual dono do carro não pagar IUC nem multas, ter pedidos de apreensão pendentes  e ir ás inspeções periódicas e ficar com o veiculo aprovado. Como era isto possível???? Resposta do agente "Pois...esses tipos do IMTT têm lá a quintinha deles e não passam a informação a ninguém. Nem a nós, quanto mais aos centros de inspeção". 

Dirigi-me também ao ACP a solicitar ajuda jurídica para este caso. Disseram-me que brevemente iriam entrar em contacto comigo...e nada.

Andei durante dois dias a rondar a zona onde eu achava que estava o carro (as multas tinham sido lá aplicadas) e nada. Desespero total...a ideia de pegar fogo à merda do carro começava a tomar proporções muito perigosas, até que...para meu espanto recebo um telefonema do gajo que tinha comprado o carro. Parece que a GNR lhe apreendeu a viatura. Multas por pagar e registo por efetuar...nem queria acreditar. O tipo todo falinhas mansas...só me apeteceu manda-lo cagar mas, eu queria o assunto resolvido e colaborei.

Às vezes estas coisas andam enroladas tempos a fio e depois, de repente resolve-se tudo de uma vez. Já depois disto tudo resolvido, recebi um telefonema do ACP a prestarem-me a ajuda jurídica que tinha solicitado...apesar de resolvido aceitei. Até porque queria saber, caso isto desse ainda merda no futuro (multas, registos, etc.), com o que poderia contar e quais as minhas responsabilidades neste assunto. Parece que no meio disto tudo a única instituição publica que funcionou foi, a Autoridade Nacional para a Segurança Rodoviária que, por falta de pagamento das multas mandou apreender o veiculo. Se estivesse á espera do IMTT estava arranjado. Vejam lá se o tipo até é certinho a conduzir...nunca mais dava isto por resolvido.

A partir de hoje nunca mais entrego um veiculo a quem quer que seja sem antes fazerem a transferência de propriedade. E ficarei sempre com uma chave do veiculo porque, se der merda vou busca-lo e mais nada.Um tipo só cai nestas merdas uma vez...

Divirtam-se

terça-feira, 15 de março de 2011

Espirito Motard

Há uns bons anos atrás (antes de me dar a doença das motas), fui como pendura de um amigo meu para a praia e houve uma coisa que me fez bastante confusão. O gajo cumprimentava todos os motociclistas que passavam por ele e mais efusivamente os que tinham uma mota igual á dele. Como achei aquilo estranho perguntei-lhe meio a brincar, meio a sério "Ò Carlos...mas tu conheces esta gente toda?" A resposta imediata foi uma gargalhada que me deixou pior que estragado. Mas este gajo esta a gozar comigo!? - Pensei eu. Mais tarde ele explicou-me a questão do "Cumprimento". Sinceramente...na altura não percebi aquela treta. Pareceu-me mais um cumprimento de elementos do mesmo gang...

 Actualmente, mais de 20 anos depois, percebo perfeitamente este cumprimento. Tem a ver com a solidariedade que existe entre motociclistas. aliás, este cumprimento é o símbolo da união e cumplicidade entre todos os amantes das duas rodas. É uma forma de dizer "Olá amigo! Tudo bem? Se necessitares de ajuda, estou aqui!". Mas porque existe esta solidariedade e união entre motociclistas e não existe nos automobilistas? As teorias são muitas ! Por aquilo que apurei (e não é nada descabido), este espírito de solidariedade teve inicio com os primeiros motociclistas. Eram poucos e as maquinas nem sempre foram tão fiáveis como hoje em dia, de forma que se tornou normal os motociclistas ajudarem-se uns aos outros...assim nasceu um espírito de solidariedade entre esta classe que dura até aos nossos dias.

Desde que ando de mota que cumpro com este espírito de solidariedade. Para mim funciona desta forma... "Ajuda e serás ajudado!" e alguém que ande de mota é um camarada. Se necessitar de ajuda, naquilo que depender de mim, essa ajuda será prestada. Cumprimento todos desde que não ponha em risco a minha segurança e faço por responder ao cumprimento mas, começo a perceber que nem todos me retribuem. Serão os novos tempos??? Será que a tal afamada solidariedade "Motard" está em vias de desaparecer? Eu acredito que não. Até porque é isso que nos torna únicos. E como verdadeiros "Motards" passaremos este espírito a outros... e assim por diante.

Divirtam-se

sábado, 5 de março de 2011

Passeio a Reguengos de Monsaraz

Esta voltinha foi muito especial e irá ficar na minha memória por muitos e longos anos. Esta viagem mudou o rumo da minha vida. Podemos até dizer que a historia da minha discreta existência se poderá dividir em AR e DR (antes de Reguengos e depois de Reguengos)... :-) pois, foi neste dia que uma pessoa muito especial entrou na minha vida…

Como sou um “Pássaro do Sul” e tenho o Alentejo nas veias, tinha programado um passeio pelas planícies Alentejanas. Não tinha nem data nem itinerário definido. Seria mais um daqueles passeios que decidiria em cima do joelho…acabei por faze-lo no dia 10 Junho de 2009. Na realidade foi um pretexto para ir ver uma pessoa muito especial a Reguengos de Monsaraz, que me levaria a conhecer a zona. De outra forma ficaria uma semana inteira sem ver a “Su”...simplesmente essa hipótese estava fora de questão :-)

Saída de Almada ás 9:30, seguindo pela A2, A6 até Évora e o resto do caminho foi feito pela estrada nacional com chegada a Reguengos de Monsaraz ás 11:00. A parte da viagem feita em auto-estrada não há nada a dizer. Bom piso e boa visibilidade ajudaram a uma viagem calma e segura. A estrada nacional faz-se bem mais devagar, não que o piso seja mau (muito pelo contrario) mas, é a paisagem que vai tomando conta dos sentidos e faz desacelerar o ritmo.

Peripécia do dia. À chegada a Reguengos de Monsaraz as estradas estavam cortadas devido a uma prova de atletismo. Boa… (pensei eu) …que grande pontaria. Mas nada de problemático. Estacionei onde pude e a “Su” foi ter comigo a pé.

Como não se podia circular pelas ruas optamos ir tomar um cafezito e dar um passeio a pé para conhecer um pouco de Reguengos. Uma localidade simpática e acolhedora. Adorei a pequena igreja de onde tirei algumas fotos.

Acabado o evento desportivo e com as ruas já limpas, partimos para a nossa primeira etapa. A Herdade do Esporão. Desta fomos de “enlatado” e deixei a “Poderosa” a descansar. Não só por falta de equipamento de segurança para a “Su” mas, também porque o calor era muito o que tornava o passeio na mota um pouco desagradável para ela.

 A Herdade está aberta ao público com a excepção da parte industrial, que só pode ser vista mediante visita guiada e com marcação. Mas as salas de exposição, as adegas e os jardins estão à disposição de quem os queira visitar. Existe também uma salinha de provas e claro, a loja onde se pode adquirir o bom “tintol” da região.


Seguidamente…almocito. O restaurante onde a “Su” me queria levar estava fechado para um baptizado e acabamos por comer uns petisquitos em Reguengos (não havia muita fome). Uma sopita de espinafres que estava divinal e depois uns queijinhos e uma saladinha de polvo para picar enquanto conversávamos (nós temos sempre muito que conversar…hehehe). Optamos por beber o café num outro lugar e foi assim que conheci mais um cantinho lá da zona. O “Sem fim”. É um antigo lagar de azeite recuperado, que funciona como restaurante tradicional, galeria de arte, tem também um pequeno bar com um alpendre e uma sombra maravilhosa, onde passamos um belo bocado da tarde à conversa (eu não digo) e à espera que o calor nos deixasse subir ao castelo de Monsaraz.

Já perto das 17:00 partimos para visitar o castelo.

Se tinha gostado da Herdade do Esporão, o castelo de Monsaraz então encheu-me as medidas. Aconselho vivamente a quem não conhece, fazer uma visita a este pequeno cantinho de Portugal. Passeamos pelas ruas, entramos nas lojas de artesanato e fomos apreciar a paisagem nas muralhas do castelo…uma maravilha.

A parte final do passeio foi à marina da Amieira no Alqueva. O sol estava já a pôr-se, o clima estava bastante suave o que levou a ficarmos à conversa até as 22:00 na esplanada do restaurante.

A partida foi por volta da 1:30 da manhã e foi a parte pior do dia. Tinha que deixar a “Su” para trás e não tinha vontade nenhuma disso. Ela foi à minha frente até ao limite da cidade e quando o carro dela voltou para trás…juro que só me apeteceu dar meia volta com a “Poderosa” e não a deixar ir embora mas…ela tinha que ficar e eu que partir. Mas só teria que esperar mais uns dias para a voltar a ver de novo e matar todas as saudades.



Divirtam-se e bons passeios

P.S. Hoje, eu e a "Su" estamos juntos e temos um pequenito de 8 meses o "Rodinhas".

terça-feira, 1 de março de 2011

Reaprender a andar

Em jeito de desabafo...

Aconteceu no dia 1 de Outubro de 2009. Era Sexta-Feira e dia de futebolada com o pessoal da empresa. Para mim era o inicio da temporada porque tinha estado de férias. Saí mais cedo do trabalho e ainda consegui dar um Giro pelo Estoril com a "Poderosa" para aproveitar mais um pouco de sol antes do jogo. Estava um fim de dia espectacular e tudo parecia correr bem. Foi Rever o pessoal, as palhaçadas do costume etc, e tal...começa o jogo e 5 minutos depois...estava no chão agarrado ao joelho. As dores eram fortes. Algo  não estava bem. Acabei por ali o jogo e rumei a casa. 40 Quilómetros de mota, cheio de dores insuportáveis (ainda hoje não sei como consegui).

Levantei-me no Sábado de manhã sem ter pregado olho durante a noite. A dor no joelho continuava insuportável, de tal forma que, tive que ir ao hospital. Os meus receios confirmavam-se...ruptura de ligamentos e inflamação do tendão rotuliano. Segundo o médico, esperavam-me no mínimo 2 meses de muletas e joelheira ortopédica. Isto significava no mínimo 2 meses sem andar de mota...

Na realidade foram mais de 3 meses e ainda hoje não estou bom. Mas todas as semanas ia à garagem ver a "Poderosa", ligava-a, dava umas gazadas e ia-me embora. Houve uma altura que ainda me tentei montar em cima dela mas, não passou de uma tentativa porque uma forte dor no joelho fez-me mudar imediatamente de ideias. Só nos finais de Dezembro consegui conduzir a "Poderosa". Foi uma voltita pequenina para começar, mesmo assim estava cheio de medo que ela tombasse para o lado esquerdo, e eu não tivesse força na perna para a amparar.

O mais incrível é que com a paragem provocada pela lesão, parece que desaprendi de andar de mota. Reapareceram os medos e receio de motociclista principiante. Ainda hoje não recuperei totalmente a minha autoconfiança, tenho receio de cair e não confio na máquina. Parece que acabei de sair da escola de condução...Na realidade, sinto o mesmo quando me desloco a pé para qualquer lado.  Isto faz-me alguma confusão... nunca tive nenhuma lesão grave em toda a minha vida, sempre fui muito activo e fiz desporto com regularidade e agora... correr ainda não consigo, e mesmo a andar...upa upa. Se está a chover então...tenho tanto receio de atravessar a pé o molhado átrio da estação de comboios como de fazer uma curva de mota.

Ficar em casa e privar-me do que me dá prazer não faz o meu feitio. Sempre lutei por aquilo que quero e acredito. Parece que tenho mais uma batalha pela frente, por isso vou fazer-me á luta e vou...reaprender a andar.

Desculpem o desabafo... :-)

Divirtam-se

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Texting while driving!?

Este é outro daqueles post's que já tinha publicado no meu outro blog. Em virtude do meu ultimo susto na estrada, decidi publica-lo aqui também. Afinal a ideia principal deste post é a divulgação.

"Inacreditável"

A vulgarização do uso do telemóvel deu origem a uma nova causa de sinistralidade rodoviária. O uso do
telemóvel durante o acto de condução. Foi recentemente atribuída (pela primeira vez numa estatística)
como principal causa de inúmeros acidentes rodoviários graves.  O que eu tenho observado nas nossas estradas é que se faz uso do telemóvel de uma forma indiscriminada e displicente durante a condução. Eu também o faço e não venho para aqui armado em moralista mas normalmente uso um auricular para o efeito e falo apenas o indispensável.

Conduzo regularmente carro e mota e tem sido aos comandos deste ultimo veiculo que mais tenho sentido a a falta de atenção dos condutores quando falam ao telemóvel enquanto conduzem. Em dois dias livrei-me de ser "passado a ferro" três vezes. Uma na Ponte 25 de Abril quando uma senhora ao atender o telemóvel largou o volante e o carro guinou, atravessando as 3 faixas, quando num cruzamento alguém não viu um sinal de STOP porque obviamente a conversa estava mais interessante e o pior foi um fulano que me ia atropelando 2 vezes seguidas uma ainda em Lisboa e a outra na saída para Almada tudo porque não quis largar o telemóvel. O ultimo susto... bem basicamente o condutor ia tão entretido ao telemóvel que, a estrada virou á direita e ele não reparou e seguiu em frente. Por sorte tenho saído ileso destes sustos, embora me pergunte "Até Quando?"  

Se como eu também acham que isto uma displicência terrível, então imaginem conduzir e enviar SMS's. Sim, ouviram bem...enviar SMS's.

Também nem queria acreditar mas, parece que nos Estados Unidos o Problema é mesmo grave. De tal forma que a Principal operadora de telecomunicações, a AT&T, levou a cabo uma campanha de sensibilização para este flagelo.

A campanha intitulada "The last Message" baseia-se no contributo de varias pessoas envolvidas envolvidas em acidentes envolvendo o envio de SMS's.

Aqui vos disponibilizo o vídeo desta campanha "The Last Message"




Divirtam-se e cuidado ao volante

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Passeio ao Castelo de Almourol

Existem aqueles dias em que um belo passeio de mota faz uma autêntica lavagem de alma. No dia 16 de Maio de 2009 acordei com uma daquelas "indisposições" provocadas por uma semana de trabalho de por os nervos em franja. Ou seja...acordei com a "mosca"...hehehe!
Agarrei na "Poderosa" e fiz-me à estrada. Já andava à algum tempo para ir fazer esta volta e se bem o pensei, melhor o fiz.

Destino: Praia do Ribatejo, Castelo de Almourol.


Saída de Almada ás 11:00 da matina e regresso por volta das 17:00 após 320 Km. Voltei relaxado e de alma lavada. Gastei pouco mais que um depósito de gasolina e cerca de 11 Euros de portagens na A1. A A23 é completamente gratuita (ainda).
 
 Esta zona era um dos meus destinos escolhidos desde que fui atingido por esta súbita doença das motas. Não só por ser um sitio fantástico para um passeio em 2 rodas mas também porque marcou a minha infância, pois durante muitos anos eu passava as minhas férias da Páscoa e parte das férias do verão em Vila Nova da Barquinha na casa da minha tia Rosa. Como já lá não passava à mais de 20 anos…estava mesmo na altura certa.

Logo ao chegar e ao fazer a ultima curva, lá estava ele imponente...o Castelo de Almourol. É realmente uma construção imponente no meio do Tejo.

Fartei-me de tirar fotos enquanto a “Poderosa” descansava da viagem, depois tirei a barriguinha de misérias no bar que dá apoio ao castelo…as empadas são maravilhosas. Até arranjei um amiguinho para dividir o almoço… :-) o Whiskas não fez cerimónias e tive que mandar vir mais uma empada…hehehehe…

No meio disto tudo, só uma nota negativa. O barqueiro acabou por ir almoçar e depois já não voltou...nem deu sinal de vida e eu tive que me fazer de volta à estrada sem visitar o castelo. Fica para a próxima!



Se quiserem planear um belo passeio, de mota ou em família. Este é efectivamente um destino a considerar. Já agora, passem também por Vila Nova da Barquinha para dar um passeio no parque “Almourol” que fica junto ao rio Tejo. É lindíssimo e dá para descansar antes de fazer o caminho de volta a casa.
 
Divirtam-se

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Um susto...

Quem anda de mota está consciente e normalmente alerta para os perigos que corre mas, ás vezes apanhamos uns sustos daqueles valentes. Daqueles em que nos ficam as pernas e os braços a tremer. Não falo dos sustos derivados de uma ou outra asneira que fazemos mas, aqueles que nos são completamente alheios.


Sexta-Feira passada, dia 11 de Fevereiro. Depois de um dia bastante agradável, eis que cai uma valente carga de agua mesmo na altura em que vinha para casa. Normalmente nestes dias o transito fica caótico e parece que todas a gente fica doida. É em dias como estes que redobro os cuidados. Baixo a velocidade e tenho a tendência de ir mais alerta. Este comportamento já me evitou alguns dissabores...mas neste dia apanhei um susto tão grande que quando cheguei a casa as minhas pernas ainda tremiam. Numa estrada secundaria relativamente estreita e com algum transito, circulava a uma velocidade não superior a 30 Km/h. Tinha acabado de ultrapassar um carro que tinha parado junto á berma para deixar um passageiro e assim que faço a curva, aparece-me um carro fora de mão ( um automóvel dos anos 30 completamente remodelado, parecido com o da foto). A sensação que tive na altura fui "já estás", só consegui desviar-me uns centímetros e assim que vi o para choques passar a milímetros do meu pé, agarrei-me com força e esperei o impacto na traseira da mota. Tinha a certeza que o tipo me ia acertar. A minha preocupação no momento foi pensar que a minha "Poderosa" ia ficar toda partida. Fechei os olhos e...nada aconteceu. Parei, olhei para traz incrédulo e vi o condutor do carro que eu tinha ultrapassado com as mãos na cabeça e a chamar maluco ao outro tipo. O senhor depois disse-me "Ele passou-lhe a milímetros. Nem viu a curva porque tinha o telemóvel na mão!" Fiquei com uma raiva que só me apetecia virar a mota, ir atrás dele e apertar-lhe o pescoço. Depois comecei nervosamente a rir e disse ao senhor "Pelo menos era um acidente com estilo. Era atropelado por um clássico.

Ainda agora ao escrever este post, pergunto-me como é que me safei... tinha a certeza que ele me ia bater. Acho que o meu anjo da guarda estava lá, comigo!!!

Divirtam-se...com cuidado!!!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Uma paixão explicada num texto sublime

Boas, este post já tinha sido publicado por mim num outro blog que tenho ( http://bolota-negra.blogspot.com/ ) mas, achei que era aqui neste blog que que ele fazia mais sentido estar publicado por isso, resolvi transcreve-lo.

Encontrei este texto no Fórum CBF Portugal do qual faço parte. Alguém ainda jovem que recentemente adquirira uma mota, perguntava se existiria literatura que trouxesse um pouco de luz á sua mãe. A senhora não conseguia perceber o fascínio do filho pelas duas rodas e vivia em perfeito terror cada vez que ele saía de casa. Foi então que um membro do fórum encontrou este texto e o publicou.

Obrigado Manpei por nos dares a conhecer este magnifico texto.
 
"Uma Prosa dedicada às motos

Se o automóvel é o primogénito do coche antigo, assente em várias rodas e puxado por muitos cavalos, não há dúvida de que a moto é o cavalo ele mesmo. Na verdade muitos dirão que lhe falta a crina, o relincho e o suor do animal de carne e sangue. Também a vontade própria que lhe permitia os coices, e a dependência de um alimento compacto que fazia da besta um vizinho do seu dono. Mas, em contrapartida, as duas rodas transformaram-no em alguma coisa que consegue outras distâncias, e permitiram realizar a infatigabilidade que no bicho era impensável supor. Em tudo o mais se assemelham e cumprem a mesma função. Em cima da mota a pessoa é independente, e o selim, feito para um só, permite quando muito o aconchego de um outro que faz companhia e se leva ao longe. Abraçado pelas pernas ao animal de aço, também o corpo se expõe ao vento e à tracção do ar, e realiza assim o que o risco sempre significou para o homem quando jovem. A exigência de força física, da agilidade, da versatilidade da cintura, a coordenação dos movimentos, tornam-no um objecto próprio para heróis. A exiguidade da dimensão permite que ultrapasse rápido, se esgueire por entre nesgas de trânsito e deixe para trás aqueles que obrigatoriamente se imobilizam junto ao chão, castigados pela comodidade das quatro rodas. Há na desenvoltura dos motociclistas um atrevimento que faz sonhar. Assim sobre a moto o homem coloca ardor de ser audaz e encontra a possibilidade de ser temerário, já que as sociedades modernas lhe diminuíram as oportunidades de ser valente com o seu próprio corpo. Por isso mesmo os franceses lhe chamam “siège de feu”, apenas porque não se lembraram de lhe chamar de cavalinho de oiro.
O jovem afaga o seu transporte, olha com desdém para o portal da casa, imagina a via livre onde poderá acocorar-se em novelo como se disparado, e as curvas em que poderá raspar as bermas como se caísse.
Por vezes, em sítio próprio, a mota poderá saltar como se voasse. Todos os que lhe impedem essa trajectória de sonho e riscos são malquistos. Mas a chamada para esse denodo é alguma coisa mais forte do que o querer individual de cada um. Aliás, agora pelas estradas, os moços, em motas, andam grupos como nómadas. Fazem excursões e ocupam os espaços como bandos. São pequenos exércitos naturais à procura da sua própria cavalaria e da sua contenda. Eu gosto de os ver passar. Eles cumprem um destino de vida que os leva a fugir, com ruído e ferocidade, dos panos quentes, das mesas e das camas. A fugir do leite e das horas certas de dormir. Sem saberem, eles simulam a migração que os seus antepassados fizeram na sua idade, ao cruzar os continentes sem saber onde iriam parar.
Foi assim que a terra se povoou.
Nas suas cabeças passa um destino que se desconhece.
Eles mesmo julgam que se rebelam e, contudo, obedecem a uma força da Natureza que os vai chamando.
Por isso, quando passam produzindo o som inconfundível, entre ameaçador e gritante, tiro-lhes o meu chapéu, abrando o carro, deixo-os passar.
Mas nem todos abrandam diante dos cavalinhos de oiro. Há mesmo os que aceleram, ou apertam, ou perseguem, ou driblam ou que são simplesmente indiferentes.
Traçam tangentes como se não os vissem. Depois, há os camiões grandes, os que pesam várias toneladas e cujo motorista vai tão alto, sentado no seu trono, que mal dá pelas motas a passar. Se são dois camiões altos e pensam muito, e levam as grandes rodas expostas, e grandes cargas montadas, a estrada fica cheia de peso. Os rapazes das motas têm tanta pressa. Como vão esperar pelas manobras lentas dos grandes camiões das estradas, e pelas tangentes dos carros, protegidos por chapas e estofos?
A proteger o corpo dos ocupantes das motas, vai só um pedaço de fazenda, ou quanto muito, um blusão de cabedal. E a sua pressa é tão grande, e a noção de que os seus corpos são inatingíveis é tão altiva. E a confiança no piso, na máquina e na ausência de obstáculo é tão forte. O coração motorizado da máquina, batendo o coração do jovem, é um todo invencível que passa sem qualquer peso de montada. Sem qualquer necessidade de vénia ou descanso.
Por isso abrando a marcha do meu carro e espero que passem todos para não lhe inibir a rota, nem lhes impedir o pensamento fixo. Não me quero juntar aos obstáculos que as mães foram pondo, até que as vontades dos seus filhos fossem mais fortes.
Eu respeito essas pequenas montadas conduzidas por pessoas que desejam coisas, com uma vontade muito maior do que elas mesmo têm. Eu já fiz tudo para contrariar essa vontade. Agora, porém, eu compreendo o trajecto que medeia entre a proibição e a mota.
Ao fundo da escada, o meu filho tem uma.

Autor: Lídia Jorge
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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Passeio a Santa Susana

Certo dia decidi alargar as minha volta com a "Poderosa" mas, agora sem a companhia do Fernando não podiam ser uma voltas muito grandes. Eram os meus primeiro passeio a solo e não me queria alargar muito, não fosse o diabo tece-las. Assim a decisão caiu sobre uma pequena aldeia no concelho de Alcácer do Sal chamada Santa Susana. Já lá tinha estado uma vez, num evento organizado por amigos e tinha gostado muito daquela aldeola.

Imediatamente a seguir ao almoço no dia 25 de Abril de 2009, fiz-me á estrada. Rumei a Setúbal pela A2 e segui depois pela nacional passando por Aguas de Moura até Alcácer do Sal onde, fiz uma pausa para um cafezinho. Segui caminho pela estrada que vai em direcção ao Pego do Altar e depois para Santa Susana. A viagem faz-se muito bem. São cerca de 70Km de boa estrada e paisagem agradável. Nos ultimos 20 Km a paisagem é mais bonita mas a estrada piora consideravelmente. Mas ao fim de pouco menos de uma hora estava em Santa Susana.

Como descrever esta pequena Aldeia...vou usar as descrições que tirei na altura da net, nomeadamente da wikipédia e do Lifecooler.


 "Com uma arquitectura tipicamente alentejana, a aldeia de Santa Susana destaca-se pela presença de casinhas de rés-do-chão, todas caiadas de branco com barra azul e grandes chaminés. As ruas estão limpas, como é costume no Alentejo. A igreja, de pequenas dimensões, assim como a escola primária, têm um ar pitoresco. As gentes da terra esforçam-se por manter intactas a tradição e a arquitectura regional. O património local contempla a igreja matriz, uma ponte barroca submersa e um cruzeiro; recomenda-se, além disso, uma visita ao parque das merendas e à zona da barragem e albufeira do Pego do Altar (obra hidro-agrícola, mandada edificar no Estado Novo para regar os arrozais do concelho de Alcácer do Sal)."

Realmente o que eu mais gosto é da arquitectura (o azul sobre o branco) e da ruas sempre limpas. Disseram-me, na altura em que visitei esta aldeia pela primeira vez que, tinha sido considerada a aldeia mais limpa de Portugal. Não sei quando, nem por quem mas, ao apreciar-mos a aldeia in loco, não podemos discordar da afirmação. Quem for pela gastronomia não pode perder a açorda de alho, o ensopado de borrego, o achigã frito e as migas com carne de porco.

Depois de parar a "Poderosa" fui passear pelas ruas, dei um salto á barragem onde até passei pelas brasas (são os genes Alentejanos) e para finalizar fui comer uns acepipes regionais num tasquito lá da terra. Enfim...uma tarde muito bem passada.

O caminho de volta foi exactamente o mesmo só que, desta vez foi a fugir da chuva que se aproximava. Qualquer dia destes repito a dose mas, a volta será feita por Vendas Novas com paragem nas famosas bifanas e empadas pois, o deposito da "Poderosa" não pode ser o único a ser atestado :-)


Divirtam-se

I saw you...

Como motociclista, tenho o dever de divulgar esta campanha.

Nunca se esqueçam de uma coisa muito importante. Por debaixo dos capacetes e fatos de cabedal está uma pessoa igual a vós. Uma pessoa com família, casado e com filhos. Digo isto porque sei que a imagem que a muitas pessoas têm de um Motard é a de um rufia que só gosta de andar a abrir por aí e que não respeita nada nem ninguém. Nada pode estar mais longe da verdade, este comportamento é apenas a excepções à regra mas, infelizmente é por estas excepções que somos sempre rotulados.



Eu vi-te, mas tu não me viste a mim...

Saudações de um motociclista, peão e homem de família.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

"La Poderosa"

No Inicio do ano de 2009, fui fazer uma visita ao salão de exposições da Batalha para ver as motas, vim de lá completamente apanhadinho do clima e decidido a trocar de mota. Comecei a comprar revistas, a pesquisar na net e pouco depois fazia os primeiros contactos. A mota que me tirava o sono na altura era a espectacular Kawasaky Versys. Encontrei uma num stand no Estoril e fui lá ve-la. Era cor de laranja e tudo...espectacular. O negócio só não foi para a frente devido ao fraco valor de retoma da minha XT600E mas, o passeio não ficou perdido porque tomei contacto com duas motas que até então não me tinham despertado á atenção. Uma Honda CBF600SA e uma Yamaha Fazer FZ6 que me espevitaram algum interesse.

Um mês depois estava a pedir informações a outro vendedor sobre uma Honda CBF600SA que estava a um preço bastante apetitoso tendo em conta que tinha pouco mais de 2 anos e a módica quilometragem de 3960Km. Novamente se repetiu a avaliação por baixo do valor da XT. Acabei por a colocar á venda na net nesse mesmo dia e...15 dias depois estava vendida pelo mesmo preço que a comprei. Espectáculo né...!?
Voltei então á carga com a Honda CBF600SA que ainda não tinha sido vendida e nesse mesmo dia recebi as primeiras fotos da menina que o vendedor amavelmente me enviou.


No dia a seguir estava no stand para a ver in loco. Se a principio não era mota que me tirasse o sono, depois de me sentar nela e dar a primeira volta... fiquei apaixonado. Ainda estive a ver uma Kawasaky Versys (O stand era representante da Kawasaky) mas já não era a mesma coisa. A suavidade da CBF600, o ABS de serie, a altura do assento juntamente com o preço ditaram a escolha.

Pouco tempo depois estava trocado o meu "Primeiro amor" pela minha grande paixão...a minha Honda CBF600SA a qual eu chamo "La Poderosa"  em homenagem à Norton 500 de 1939 com que Ernesto Guevara e Alberto Granado percorreram a America do sul de Buenos Aires a Caracas.

Curiosamente a escolha do nome para a minha menina gerou alguma controvérsia num fórum a que pertenço (Club CBF). Parece que já lá havia uma "Poderosa" e que era pertença de um membro muito acarinhado que já não está entre nós. Assim foi-me pedido para alterar o nome da mota e eu acedi razão pela qual a minha CBF600SA também é conhecida por "A Vigorosa". 

Fui busca-la no dia 1 de Abril de 2009 e nesse mesmo dia pregou-me a única partida até hoje. Ficou-me parada na A5, pouco depois das portagens de Carcavelos com problemas de bateria. Nem tinha andado 5 Km. Obviamente o stand foi recolher a mota, e como tinha ficado sem transporte, prontificaram-se a levar-me a casa. Dois dias depois tinha a menina á minha espera e a partir desse dia nunca mais me desiludiu.

Ainda hoje me lembro do dia em que a fui buscar... vieram-me a cabeça as sábias palavras do meu instrutor de condução... "Não te dou 6 meses e estás a trocar de mota". E não é que ele tinha razão!? Isto quem sabe...sabe e pronto!


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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Passeio a Évora

Em Janeiro de 2009 fiz o meu primeiro grande passeio. Uma viagem de ida e volta a Évora, com paragem e almoço nas bifanas de Vendas Novas. Foi uma experiência única! A XT600E portou-se muito bem e eu também, mesmo quando andei por aquelas ruas íngremes de empedrado (já bem polido e escorregadio) com a menina a dar de rabo.

A viagem foi feita na boa embora, a velocidade não tenha sido muito alta. Circulamos por estradas nacionais com algum transito e a falta de protecção aerodinâmica impediu velocidades maiores, mesmo quando tinha hipóteses para isso. Chegados a Évora a primeira paragem foi na Praça do Giraldo para tomar um café e descansarmos um pouco. A seguir o templo de Diana onde, deixamos as mota para dar uma volta a pé e esticarmos as pernas.  Chegar ao templo de Diana foi uma aventura digna de 2 tótós...hehehe...o Fernando insistia que sabia o caminho e eu fui atrás dele. Bem...meti-me em ruelas que se eu hoje soubesse, de certeza que não punha lá os coutos. Ruas estreitas e ingremes de paralelos polidos onde se escorrega a pé quanto mais de mota. Ainda hoje não sei como não me espalhei com a XT. Pois, com os pneus meio cardados parecia que estava a andar em manteiga. Finalmente chegamos sem incidentes. Doiam-me tanto as mãos de apertar os punhos da XT que quase nem conseguia agarrar o capacete.

Na volta só houve uma alteração. Paragem em Vendas Novas para Almoço e matar saudades pois, tanto eu como o Fernando passamos quase um ano das nossas vidas nesta terra quando prestamos serviço militar na Escola Prática de Artilharia. Ainda hoje quando lá passo faço questão de parar e dar uma volta pelo jardim em frente ao quartel, pelos bons velhos tempos.

Nesta pequena grande viagem fiz outra grande descoberta. Descobri a minha alma de viajante. Descobri que viajar de mota me dava um prazer indescritível. A sensação de liberdade e paz de espírito é impreesionante. Um verdadeiro balsamo para a alma.

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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O meu primeiro Amor

A doença das 2 rodas deu de tal forma que ainda antes de acabar a instrução já tinha adquirido mota (o primeiro amor). Uma Yamaha XT600E. Eu adorava esta mota e como surgiu a hipótese de adquirir uma bem estimada e com poucos quilómetros nem hesitei. Uma das coisas que descobrimos com a experiência é que uma coisa é gostar de uma mota outra coisa é conduzi-la, mais tarde vim a constatar isso mesmo embora tenha sido avisado pelo meu instrutor de condução. Dizia ele: "Essa mota não é boa para ti. Não te dou 6 meses e estás a trocar de mota".

Curiosamente a primeira vez que me montei nela fui atirado ao tapete...hehehehehe... ainda hoje não percebi muito bem como aconteceu mas, na altura fiquei com a sensação de que o chão tinha desaparecido repentinamente. Foram duas estreias em cheio... a mota e o pavimento. E não seria a ultima vez, caí mais umas 3 ou 4 vezes. Sempre parado e sempre pelas mesmas razões...o chão fugia de repente e zásss, lá estava o Miguelito no chão com a menina por cima. A minha sorte é que a mota era tão leve (150/160 Kg) que se levantava com a maior das facilidades. Felizmente, as únicas feridas resultantes destas desventuras foram mesmo só no meu orgulho.

Com estas peripécias constatei que o meu instrutor de condução tinha razão. A mota era muito alta e eu mal conseguia chegar com os pés ao chão. Por isso algo teria que ser feito e na revisão seguinte, a conselho do mecânico mandei rebaixar as bainhas da suspensão dianteira o que melhorou um pouco a condução e a auto-confiança. De tal forma que a mota passou a ser utilizada tanto nas deslocações para o trabalho como nos passeios de fim-de-semana. Passeios estes que começaram por umas voltitas na zona onde vivo e passaram a passeios bem maiores e cada vez mais frequentes normalmente acompanhado por um grande amigo o Fernando e a sua Honda Shadow 750 apelidada por mim de "lata cromada".

Foi com a XT600E que fiz o meu primeiro passeio. Uma viagem a Évora de ida e volta, com paragem e almocito nas bifanas de Vendas Novas. Escusado será dizer que adorei e comecei a querer voar mais alto.

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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

The Beginning

Este blog será totalmente dedicado à minha paixão pelas duas rodas. Será um espaço de divulgação, partilha e também uma forma de relatar o que me vai na alma e no coração. Será assim, tipo um álbum de memórias.

Relativamente ao titulo do blog, podem perguntar a vós próprios o porquê do nome mas, percebam que não é muito normal uma pessoa que nunca tinha andado de mota, apanhar a doença das duas rodas aos 38 anos. A doença atacou de tal forma que acho que já não tem cura...hehehehehe...

O início desta paixão aconteceu aos 38 anos de idade. Um dia acordei e pensei que se calhar até era fixe arranjar uma "lambreta" para dar umas voltas. A ideia foi amadurecendo, até porque na altura estava a recuperar de uma operação ao ouvido e não me podia meter em aventuras. Dois meses depois, recuperado, increvi-me na escola de condução e após mais 2 meses de complicações com o IMTT (comigo nada acontece de forma simples) pude finalmente ter a minha primeira aula de condução.

A primeira aula de condução foi marcante...só tinha andado de mota 2 vezes e tinha sido há 20 anos atrás. Estava super apreensivo...o instrutor achou melhor levar a 125cc para começar e fez bem porque, quando olhei  para a 500cc, fiquei bem assustado. A 125 era uma Honda CG 125 e ao ligar a mota e dar a primeira volta...tinha despoletado um grande acontecimento. Tinha acabado de descobrir uma enorme paixão!

Mas se na primeira aula estava apreesivo, na segunda estava euforico e na terceira... completamente borrado de medo...tinha finalmente a 500cc nas mão, uma Kawasaki Er/5 que me parecia enorme e super pesada. Tinha uma hora de aula pela frente enfiado no transito em Lisboa na hora de ponta. A aula passou, uma batalha vencida, um sorriso de orelha a orelha e uma alegria imensa a inundar-me a alma. Acreditem ou não, cada vez que me monto na mota e carrego no botão da ignição, volta esse sorriso e essa alegria como se tivesse acabado aquela celebre aula de condução.

A doença deu de tal forma que ainda antes de acabar o instrução já tinha adquirido mota (o primeiro amor). Uma Yamaha XT600E. Mas isso é motivo para um próximo post.

Finalmente, no dia 30 de Junho de 2008 às 16:00, saí do centro de instrução com a carta na mão e com um novo mundo por descobrir. Para tal, muito contribuiu o meu instrutor o Luís Silva da escola de condução Moderna. Para além de excelente profissional, é um Motard de alma e coração... Obrigado Luís.

Com a descoberta deste novo mundo vieram novas descobertas...descobri a minha alma de viajante numa pequena viagem a Évora. Descobri que viajar de mota era um prazer, só ultrapassado pela minha paixão pelo mergulho. A sensação de liberdade e paz de espírito é incomparável a qualquer outra coisa que já tenha vivido. Um verdadeiro bálsamo para a alma.

E é assim que um cota na casa dos 40 anos se torna uma criança...quando liga a mota e se lança à estrada sem destino e a sentir o vento no rosto...de repente o mundo torna-se um local muito pequeno.

Divirtam-se